Mulheres de Cabul
Harriet Logan
Mulheres de Cabul
Harriet Logan
Li este livro quando ainda tinha uns 16, 17 anos e na hora eu sabia que era um daqueles livros que têm o poder de mudar vidas. Não por te conduzir a uma ação propriamente dita, mas porque te ajuda a moldar o pensamento, te faz refletir sobre o que você espera da vida, de uma constituição política, das pessoas com quem você mantém amizades.
Definitivamente não. Não há como não refletir sobre governos, regimes, ideais e discursos políticos depois de ler este livro, e olha que eu ainda nem tinha entrado na faculdade de Direito.
Mulheres de Cabul retrata a vida feminina antes de depois do Talibã, regime ditatorial afegão que impõe regras morais e religiosas à toda a população feminina. É triste, comovente, intrigante e revoltante.
Os 39 degraus
John Buchan
Costumo passear por estandes de livros - sabe aqueles que ficam no meio do shopping? - procurando algo diferente, com potencial, publicações (incríveis) desvalorizadas ou desconhecidas, mas ricas de informação e de cultura.
Bom, John Buchan talvez não seja o tipo de autor desconhecido que eu procurava, mas acabei comprando o livro pela capa, pela lombada, pelas guarda-capas e pelas bordas pretas das páginas. A história também parecia interessante.
Muitas páginas da minha cópia estão rabiscadas com significados de palavras que parecem ter sido retiradas de um livro antigo.
Os cenários, as descrições, a geografia, o mistério e a aventura conduzirão você a uma experiência literária inesquecível.
Para ler em voz alta com as crianças, ou sozinho(a) mesmo, despretensiosamente, sem a intenção de buscar algum sentido existencial ou filosófico profundo.
A revolução dos bichos
George Orwell
Não é só mais uma ficção qualquer. Arthur Blair, escritor indiano, integrou a frota de combate à Guerra Civil espanhola e conheceu a verdadeira face do socialismo. "Eu tive um sonho" disse o porquinho que de baby não tem nada! E neste sonho..." continua o baconzito danado...
Como as ditaduras nascem e se mantém no poder. Este poderia ser o nome do livro ou pelo menos o subtítulo.
Esta é uma obra-prima, para ler sozinho e, preferencialmente, numa roda familiar de leitura em voz alta, para explicar tim-tim por tim-tim às crianças e observar a análise dos adolescentes sobre as táticas socialistas usadas por ditadores para convencer a população subjugada de que ainda que não tenha nada, ela é, de alguma forma, feliz.
Discurso sobre a servidão voluntária
Étienne de La Boétie
A liberdade é um direito natural, e, por definição, precede ao Estado.
Como apenas um tirano, que também tem dois olhos, um nariz e uma boca, consegue subjugar e atemorizar milhões de pessoas? Do que estes homens são feitos?
Étienne menciona casos de controle populacional ao longo do tempo. Além disso, classifica os tiranos, analisa a mansidão com que o povo aceita a restrição de direitos e discorre sobre características comuns de governantes que usurpam as funções que lhes são atribuídas.
Reflita cada passagem e as compare com exemplos do nosso tempo. Será que também somos um povo dominado pelo medo?
A acusação: histórias proibidas vindas da Coreia do Norte
Bandi
E se através de contos aparentemente fictícios, você descobrisse alguns segredos do país mais fechado do mundo?
Um livro para ser lido em voz alta com a família (+15 anos). Para ensinar aos filhos os perigos de um regime comum ou ideológico.
Nestes sete pequenos contos, vocês poderão refletir sobre os perigos de abdicar da liberdade "por um bem maior" e de entregar o domínio de todas as áreas da vida para o Estado.
Nunca deixe de tentar
Michael Jordan
Posso aceitar a derrota. Todos nós falhamos em alguma coisa. O que não posso aceitar é não tentar.
Como ser o melhor no que faz? Um dos melhores jogadores de basquete de todos os tempos te conta como ele fez.
MJ te ensina como não parar, não precipitar e não retroceder.
Diante dos erros, do cansaço, dos desafios, da frustração e da autossabotagem, ele seguiu em frente com um mindset saudável e perfeitamente viável.
Bernardinho, o melhor técnico de vôlei que o Brasil já teve, comenta:
Se há uma característica comum aos grandes campeões em qualquer área de atividade é a habilidade de manter o foco.
Mas como manter o foco diante das adversidades que surgem ao longo do caminho? Você descobrirá adquirindo o livro no link abaixo.
1984
George Orwell
O quão consciente da realidade você está? Se alguém inteligente, poderoso, importante e científico te disser que a grama é azul e o céu é verde você será capaz de discordar? Ou será que é só mais uma marionete completamente influenciada pela opinião "de todo mundo"?
Neste livro, Orwell expõe a fragilidade da mente humana, a falibilidade da razão, a incapacidade racional do ser. Sob o domínio do medo e pressionados pelo senso comum, os cidadãos de Londres são capazes de ignorar completamente que até a semana passada travavam uma batalha de décadas com aquele que, segundo a edição do jornal do dia, nunca deixou de ser aliado.
Sobre a brevidade da vida
Lucius Annaeus Seneca
Quando eu estava na faculdade, em uma conversa com um colega sobre algum trabalho que deveria ser feito, o questionei por que ele não tinha pressa:
Por que deixar para fazer amanhã o que você pode fazer hoje?
Talvez esta sempre tenha sido a minha filosofia, desenvolvida pelo senso de responsabilidade que eu tinha na escola. Ao chegar no sexto ano e expandir meu leque de amizades, percebi que havia meninas com costumes diferentes de mim e das minhas antigas amigas. Elas não estudavam o que haviam aprendido no mesmo dia, mas na semana seguinte ou até mesmo a poucos dias da prova.
Neste livro, Seneca utiliza algumas situações do cotidiano para refletir sobre a fragilidade da vida e a fugacidade do tempo. São pequenos textos que te farão questionar o que você tem feito com o seu bem mais precioso: o tempo.
A fábrica de cretinos digitais
Michel Desmurget
Este livro merece ser adicionado à seção “Ler & reler ao longo da vida”. Você não imagina o quanto ele é capaz de estimular o seu raciocínio e a sua inferência. Quando li as diversas razões pelas quais uma criança e um adolescente não deveriam utilizar as telas sem controle e/ou supervisão de um responsável, entendi que, na verdade, se você fizer um pouco de esforço – ou tentar abstrair a razão pela qual o adquiriu -, perceberá porquê todos nós, seres humanos, deveríamos nos preocupar com o uso indiscriminado de televisores, computadores, celulares e tablets.
Como resultado de uma vasta pesquisa (67 páginas de referências bibliográficas), Michel Desmurget conclui, na página 192, que as telas minam os três pilares do desenvolvimento infantil: a interação humana, sem a qual dificultamos a vida em sociedade; a linguagem (e aqui incluo a língua), sem a qual dificultamos a comunicação com os nossos pares; e a concentração, sem a qual dificultamos a absorção de conteúdo e a sedimentação do conhecimento.
Esqueça os seus motivos de leitura. Criativo para rede social, tema para youtube, apresentação na igreja, debate no grupo da escola... Você tem um tesouro capaz de, quem sabe, impedir, retardar ou reverter (?) os malefícios individuais e coletivos do uso inconsciente de uma televisão, por exemplo, na sua casa. Dentre estes malefícios estão a tendência (maiores chances) à obesidade, ao alcoolismo, à promiscuidade e ao tabagismo. Se nada disso te interessar, talvez as palavras do ex-presidente, do ex-vice-presidente e de uma ex-funcionária do Facebook, ao menos, te intriguem (p. 188).
Desde o início do processo de universalização da televisão, o desempenho físico das crianças vem sendo reduzido (p. 212), imaginem quando compararmos os desempenhos físico e psicológico das crianças de 1971 com os desta geração, especialistas em aparelhos celulares...
Eu aprendi com este livro que aquilo que acontece de 0 a 6 anos (de idade) influencia profundamente a vida da criança (pág. 62). E que os conteúdos audiovisuais e digitais são poderosos prescritores de padrões sociais; que o cérebro é uma máquina maravilhosa, mas também é uma máquina profundamente vulnerável, que processa uma enormidade de informações, independentemente de nossa vontade, de maneira puramente automática (p. 241).
Como você tem usado as telas? Sabe reconhecer o perigo oculto delas? Sabe usá-las a seu favor?